Postei uma vez algumas coisinhas sobre "Cometa Itabirano", baixei algumas páginas neste blog e agora retorno a falar deste grande jornal, mencionei o mesmo em um comentário no blog do Solda e agora, deixo uma matéria que gosto muito, em homenagem a este pasquim...
"... o último dos jornais alternativos, Chantecler de crista alta que, 7 anos depois de sair do ovo, continua clarinando nas alvoradas de Itabira. Cada país tem o Canard Enchaîné que pode". Eu poderia usar essa fala do Millôr para contar o que foi e o que é o Cometa Itabirano.
Mas posso copiar uma do Ziraldo também: "A Imprensa Nanica está viva e se chama O Cometa Itabirano e é editada mensalmente em Itabira, Minas Gerais. Enquanto houver gente neste país com a cabeça de Lúcio Sampaio, do Carlos Cruz, do Luís Eugênio, do Altamir, do Lelim, do Zanon, do Ricardo, do pessoal do Xatô, etc, etc e etc (a animada turma da terra do Poeta), este país pode ter a esperança de ser salvo".
O "Poeta" citado é Carlos Drummond de Andrade. Nascido em Itabira , Drummond manteve uma relação um pouco difícil com a cidade. A qual o considerava ingrato por causa da interpretação distorcida da frase "Itabira é apenas um retrato na parede". O pasquim itabirano manteve contato com o Poeta via correspondência escrita quando ele morava no Rio de Janeiro. Isso serviu para fazer as pazes entre os itabiranos e Drummond, para esclarecer o mal-entendido.
As primeiras páginas do pequeno grande jornal iam às ruas em 1979, enquanto o país vivia uma lenta abertura política. Nada mais natural então que aquelas folhas representassem a juventude universitária que não abria mão da militância jornalística e literária. Cultura e política: uma mistura inevitável para aquela época.A capa d'O Cometa acima é de agosto de 1987: mês em que o Poeta morreu.
Fonte: Overmundo.
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