sexta-feira, agosto 31, 2007

Fabrício Marques


O Fabrício Marques* foi meu professor na Univale - Universidade Vale do Rio Doce, em Governador Valadares - MG. O ano era 1999 e com toda a paciência do mundo me ensinou todas as etapas de um Jornal - tanto dentro de uma sala de aula, quanto na prática - já que era também o responsável pelo Jornal Laboratório - "O Foca".

RÉQUIEM
"se queres
a palavra inaudita
na ponta da língua
inaudível
vai em paz
se queres
de aços exatos
uma linguagem
que corte fô1ego
alvo
branco
VAI EM PAZ"
(Fabrício Marques- in Meu pequeno fim).

*Fabrício Marques de Oliveira - nasceu no dia 22 de novembro de 1965, na cidade de Manhuaçu, leste de Minas Gerais. É poeta, jornalista e mestre em Teoria da Literatura, com dissertação sobre a poesia de Paulo Leminski, é também Doutor em Literatura Comparada, onde defendeu a tese sobre a poesia de Sebastião Nunes .
O jornalista e professor do UNI-BH Fabrício Marques passeia pela prosa, mas tem com a poesia a relação mais marcante. Até mesmo seu único livro em prosa trata de poesia. No ensaio “Aço em Flor: a poesia de Paulo Leminski”, o escritor faz uma análise detalhada sobre a obra do poeta paranaense. Além disso, seu primeiro livro de poemas, “Samplers”, já veio ao mundo sob a luz do Prêmio Cultural de Literatura do Estado da Bahia. Após os dois primeiros, vieram “Meu pequeno fim”, de poemas, e o mais recente, “Dez Conversas”, que reúne entrevistas com grandes poetas brasileiros, como Affonso Ávila, Millôr Fernandes, Antônio Risério e Sebastião Nunes.
No jornalismo, Fabrício Marques atuou em jornais e revistas, como Diário da Tarde, O Tempo, e Palavra, além de trabalhar como free-lancer para a Folha de S.Paulo e no Estado de Minas, trabalhou também na revista Palavra (2000). De janeiro de 2004 a fevereiro de 2005, o poeta teve a oportunidade de conciliar, mais intimamente, seus lados escritor e jornalista. Durante esse período, ele foi editor do Suplemento Literário de Minas Gerais (SLMG), tradicional publicação mineira voltada principalmente para a literatura, fundada por Murilo Rubião, em 1966. “Foi uma experiência enriquecedora”, diz o ex-editor do SLMG. “Teve o lado de jornalista, o de escritor e o de administrador”, complementa.
É de Marques o posfácio de “Pavios Curtos”, lançado em 2004 pelo jornalista e escritor José Aloise Bahia. “O livro sofre uma nítida influência da visualidade, sobretudo das artes plásticas, pois sou um pequeno colecionador. Ele também trabalha a poética das imagens e, como bem aponta Fabrício Marques no posfácio, avança sobre a questão da ética das imagens”, conta José Aloise Bahia.
Depois do primeiro livro, o jornalista se dedica a dois outros trabalhos. Um deles, que avança para o campo das artes plásticas, é a compilação de uma série de depoimentos dos alunos da primeira e segunda gerações do pintor brasileiro Guignard, que viveu no século passado. Segundo palavras do próprio escritor, “para ser lançado em um futuro não muito longínquo”. Ele prepara também um livro, em forma de dissertação, sobre o programa “Linha Direta”, da Rede Globo de Televisão. “Fiz uma análise da linguagem imagética e discursiva do programa”, explica Aloise.Para o poeta, o jornalismo é uma escola objetiva e técnica para os escritores. “Chega um momento em que a gente se pergunta o porquê de não de poder ir além na linguagem e na forma”, diz. “O jornalismo é um trampolim para a vida literária, uma janela que desperta, na maioria das vezes, a vocação para a criação. A literatura é a dimensão e o reino da liberdade para o jornalista”, complementa o escritor.

Um comentário:

Álvaro Andrade disse...

Tava lendo o ensaio dele e cheguei aqui. É pq eu tb gosto de Leminski.


Muito.