sexta-feira, agosto 17, 2007

Elke Quântica Maravilha


Elke nasceu na Rússia, mas foi criada em Itabira e tem uma longa história com Belo Horizonte, onde ganhou o sobrenome Maravilha. A artista de múltiplas performaces, acaba de ganhar uma exposição em São Paulo, que acontece na Caixa Econômica Federal, na Praça da Sé. A mostra será constituída de figurinos - jóias e assessórios criados pela artista e peças idealizadas pela mesma. Contará também com um acervo de fotos e todas as metamorfozes da artista ao longo de sua carreira. Elke Maravilha completa 34 anos de carreira!
“Eu quero é conviver! A grande arte não é viver, é conviver"! (Elke)
"Logo que a gente chegou no Brasil, queriam levá-lo pro Sul, ele não quis ir, disse, não, eu vim virar brasileiro. Aí veio um senhor, disse, olha, tem um problema lá na fazenda que o senhor vai cuidar, não sei se o senhor vai querer ir. Itabira do Mato Dentro. Lá só tem negros. - Ótimo, viraremos negros! Mas eu nunca tinha visto um negro, levei um susto. Meu pai era assim, ele falava duas vezes. Na terceira, era porrada. Porrada às vezes acorda a gente. Meu pai falou, você vai na casa deles. E eu chorando. - Você vai, temos que aprender com eles, são pessoas que nós não conhecemos, por isso que você está com medo. Me pegou, me levou na casa deles. Ah, meu amor, ele quase que teve de me dar porrada pra eu voltar pra casa depois!"
(...)
"Fui criada em Minas, lá começa o sertão. O sertanejo me parece um cactus. Você descasca, ele é tão doce, saboroso. Alimenta. Sou apaixonada pelos sertanejos. Gosto muito de vir ao Nordeste, aqui tem um gênio em cada esquina. Gosto de ir em lugares que me ensinem alguma coisa. Sou uma turista diferente, detesto shopping. Agora, sentar e ouvir o que as pessoas têm pra me contar, como as pessoas vivem, o jeito como elas interagem, me encanta".
(...)
"O poeta Carlos Drummond de Andrade, que é de Itabira, falava pra mim, Elke, você é muito diferente, você não é em cima do muro, como os mineiros. Meu coração é brasileiro, mas a genética, a gente não arranca da gente. Tentei ser mineira, não adianta, porque não consigo ser politicamente correta. E a idade potencializa. Quanto mais velha, pior! A gente tem mais direito de dizer o que quiser".

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