
« Venhas comigo» disse — sem que nada supera
de onde e como ardia meu estado doloroso,
e para mim não havia chave nem barcarola,
nada senão uma ferida pelo amor aberta.
Repeti: vem comigo, como se eu morresse,
e nada veio em minha boca com lua que sangrava,
nada viu aquele sangue que subia ao silêncio.
Oh amor agora ouviremos a estrela com espinhos!
Por isso quando escutei que tua voz repetia
”Venhas comigo” — fui como se desprendia
dor, amor, a fúria do vinho envelhecido.
que desde sua bodega submergida subira
e outra vez em minha boca senti um sabor de chama,
de sangue e de chaves, de pedra e queimadura".
de onde e como ardia meu estado doloroso,
e para mim não havia chave nem barcarola,
nada senão uma ferida pelo amor aberta.
Repeti: vem comigo, como se eu morresse,
e nada veio em minha boca com lua que sangrava,
nada viu aquele sangue que subia ao silêncio.
Oh amor agora ouviremos a estrela com espinhos!
Por isso quando escutei que tua voz repetia
”Venhas comigo” — fui como se desprendia
dor, amor, a fúria do vinho envelhecido.
que desde sua bodega submergida subira
e outra vez em minha boca senti um sabor de chama,
de sangue e de chaves, de pedra e queimadura".
(Pablo Neruda)
Foto de Henri-Cartier-Bresson, Derrière la gare Saint-Lazare, Paris, 1932
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