quinta-feira, junho 22, 2006

Ninho de Taturana

Estou com medo. Os relâmpagos me assustam, não consigo dormir. Escondo-me por debaixo do cobertor e nada, eu continuo escutando os gritos quem vem lá do céu...
Debaixo de minha cama tem uma mão, sim, é verdade, minha irmã foi quem me disse, e ela não mente. Tenho o cuidado de não deixar minha coberta sair da cama, ou os meus pezinhos, podem me puxar de noite. Tati tem o sono muito pesado, não escutaria eu pedindo socorro se o esqueleto me pegasse – muita coisa mora debaixo de minha cama, mas eu num vou olhar não. Uma vez, vi um palhaço lá na porta do quarto de Sara, sim, na casa de minha prima também tem monstro. Acho melhor ir pra cama de Tati .
Deito entre as pernas dela, que nem gato. Arrasto tudo, meu travesseiro, minha coberta, meu bico – alias, uma corda de bicos amarrada, e é claro o "Chichico", meu cobertozim cheiroso. Pronto, agora estou segura, já nem escuto o barulho lá fora.
Minha irmã, já está na quarta série, ela já faz educação física! Eu sou pequena, pequena perto dela.
Como é grande o Ninho de Taturana, lá eu encontro abrigo e me sinto segura, ela não tem medo de nada.
No tempo que passa, continuo pequena e Taturana..., ahhh Taturana, como você é grande. Você nasceu sozinha, eu nasci por você. Não sei SER sem você.
(Isabela Lage)

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